
Os aliados da presidente temem desgastes em sua imagem junto aos taxistas, categoria que soma mais de 30 mil profissionais só em São Paulo e tem forte apelo junto à população.
Em contrapartida à inclusão da “hereditariedade da licença” na medida provisória, os aliados de Dilma prometem não derrubar o veto. A derrubada era considerada certa no Congresso, com o apoio inclusive de partidos governistas, depois que a presidente barrou a possibilidade de transmissão da concessão para os familiares do taxista morto.
“Somos da base de apoio da presidente, não nos interessa colocá-la contra a categoria dos taxistas”, disse o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), relator da proposta.
Eunício se reuniu com a ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) para discutir a questão dos taxistas. O peemedebista disse ter conseguido o compromisso da AGU (Advocacia Geral da União) de não ingressar com ação no Supremo Tribunal Federal contra a transmissão hereditária da concessão.
Ficou acertado que haverá ajustes no texto a ser incluído na MP para evitar a possibilidade de empresas herdarem a concessão de taxistas com a sua morte. “Ficou uma brecha no texto que poderia abrir a possibilidade dessa interpretação. Vamos fazer um ajuste na redação do que será incluído na medida provisória. O nosso objetivo é proteger o taxista individual”, afirmou Eunício.
Pelo texto aprovado no Congresso, familiares do taxista morto passam a ter direito à exploração do serviço de táxi, o que inclui autorização para a sua comercialização.
DUPLO VETO
Dilma já havia vetado, em outra ocasião, a chamada “licença hereditariedade” dos taxistas em projeto aprovado pelo Congresso em 2011. Pressionados pela categoria, os parlamentares aprovaram novamente a transmissão da licença em julho deste ano, numa medida provisória mais uma vez vetada pela presidente.
Pela proposta, em caso de morte do permissionário, a autorização poderá ser repassada para cônjuge, filhos ou irmãos. Além disso, os taxistas têm autonomia para outorgar a exploração do táxi a qualquer interessado que “satisfaça requisitos estabelecidos em lei relativos à segurança, higiene e conforto dos veículos e habilitação dos condutores”.
A proposta também estabelece que a exploração de serviços de táxi depende de autorização do poder local, e os requisitos serão estabelecidos em lei. Também cabe ao poder público, segundo o texto, manter os registros dos títulos de autorização e dos veículos ao serviço de táxi.
Após a transferência da exploração do serviço de táxi, a autorização só poderá ser exercida por outro condutor titular que preencha requisitos exigidos em lei. O texto determina ainda que a permissão não poderá ser transferida sem anuência prévia do poder autorizante.
A regulamentação da profissão aprovada em 2011 determinou que os taxistas precisam fazer cursos de primeiros socorros, relações humanas, direção defensiva, mecânica e elétrica básica de veículos. Os profissionais também necessitam de inscrição na Previdência Social.
Fonte: Estado
Fonte: Estado
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